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03 de Mai de 2024
IBGE: Homens são mais da metade da população quilombola do país
Migração maior de mulheres, mortalidade materna e possível queda de fecundidade estão entre hipóteses para explicar movimento
Alessandra Saraiva
Lucianne Carneiro
03/05/2024
Os homens representam mais da metade da população quilombola do país. É o que apurou o IBGE, que divulgou hoje a pesquisa Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo.
No levantamento, os pesquisadores do instituto apuraram que, do total de 1.300.186 de pessoas quilombolas no país, 665.353 são homens, e 664.833 mulheres.
"O perfil da população quilombola é mais masculino, principalmente dentro dos territórios quilombolas" afirmou Marta de Oliveira Antunes, pesquisadora do IBGE.
Entre quilombolas, existem 100,08 homens para cada grupo de 100 mulheres. Dentro dos quilombos, esse número é de 105,89 homens para cada 100 mulheres - e, fora dos territórios quilombolas, 99,27 homens para cada 100 mulheres.
Com isso, há prevalência de homens quilombolas, nos municípios que contam com esse contingente. Ao todo, no Brasil, são 1.700 municípios com pessoas quilombolas, sendo que, para esse recorte por gênero, o IBGE usou universo de 1.625 cidades com quilombolas. Desse total, cerca de 52%, ou 845 municípios, têm grupo superior de 100 homens para cada grupos de 100 mulheres.
Dentro dos territórios quilombolas, a prevalência dos homens é ainda maior, segundo os pesquisadores. Em recorte dentro de 465 territórios quilombolas, 67,7% ou 315 territórios apresentavam grupo superior a 100 homens para cada grupo de 100 mulheres.
Várias hipóteses podem ser delineadas sobre o porquê dessa prevalência masculina, de acordo com a pesquisadora do IBGE. É possível ter migração feminina maior, partindo dos territórios quilombolas, ou mortalidade materna (durante gestação) maior, dentro desses mesmos territórios. Também foi notado possível queda gradual de fecundidade, dentro dos territórios quilombolas, afirmou, com menor contingente feminino nessa população.
Mas a especialista frisou ser preciso mais estudos sobre os números para tentar entender a prevalência masculina entre contingente quilombola. Ela lembrou que o papel do IBGE é prover os dados oficiais para que os estudiosos possam se dedicar mais, nos diversos campos de abordagem estatística. "Podemos dizer também que esses dados são importantíssimos para [organização de] políticas públicas, principalmente política de saúde", afirmou.
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